Monday, March 28, 2011

Dia Internacional da Mulher - "Sou lutadora, tenho uma vida reta",

Como mulher, não posso deixar de prestar minha homenagem à mulher, principalmente quando, já se tem exemplos tão evidentes e tão verdadeiros à seguir. Num mundo onde o trabalho feminino ainda é tão divergente do trabalho masculino, a mulher tem quebrado as barreiras com relação ao seu senso de profissionalismo com que exerce funções e cargos ainda com estereótipos masculinos tão claros. Pelo mundo afora, exemplos são multiplicadores e cada vez mais fica notório que sua presença se faz com leveza e credi- bilidade, basta ver aquelas que se mantêm em cargos políticos, não podendo esquecer da glória de termos uma mulher-presidente tal como agora temos. É a suprema ordem que Deus delega à toda mulher, de ter a delicadeza e a força divina de ser mais forte que o seu oposto. Todos os esforços feito pela mulher para legalizar os seus direitos como cidadã brasileira, cidadã do mundo, reconhe- cedora e dona de seus atos, são agora vistos com legalidade e pleno de valores. Vale ver o exemplo da Sra.Luislinda Dias de Valois Santos como a primeira mulher negra a se tornar juíza no Brasil. Aos 68 anos de idade, 26 anos de magistratura e 51 anos de serviço público, inclusive na área federal, como procuradora autárquica, Luislinda já foi homenageada e premiada em diversas esferas públicas e entidades no País e no exterior pelos projetos de inclusão e acesso à Justiça desenvolvidos nas comarcas por onde passou e foram 11, além da atual, na capital do estado, Salvador. Consciente de que é parâmetro de sucesso para a raça negra, defende o sistema de cotas (mas não indefini-damente), acredita que a Lei contra o Racismo ainda não é muito bem utilizada e afirma que o preconceito existe, sim, no Brasil, apesar das tentativas de se esconder isso. "Quem quiser saber o que é ser negro, fique negro por apenas 24 horas" é sua máxima para quem duvida de que exista discriminação racial no País. Luislinda Valois já foi vítima de preconceito no exercício da magistratura, mas afirma que com "simplicidade, lhaneza e altivez" sempre resolveu essas situações. Seu único lamento - e desafio constante - é ainda não ter se tornado desembargadora no Tribunal de Justiça da Bahia. Numa entrevista à uma revista jurídica brasileira ela conta como e o que a fez optar por uma escolha profissional tão distinta, a humilhação sofrida por um professor, o que deu força e a visão de que seu futuro não estaria ligado á trabalho humilde de sua mãe. Ela fala também de Direito, raça, preconceito e do seu modo de ver a vida. "Sou lutadora, tenho uma vida reta", afirma a magistrada que já recebeu as alcunhas de juíza maleira, porque não tinha espaço para trabalhar; juíza euquipe, porque não tinha funcionários e Ruy Barbosa de Saia, o que dispensa explicações. Visão Jurídica - A senhora foi a primeira mulher negra a ser tornar juíza no Brasil. Qual o impacto disso na sua vida e na pro-fissão? Luislinda Dias de Valois Santos - Não levo em conta se sou a primeira ou a última mulher negra a ser juíza no Brasil. Para mim, o que interessa é ter coragem de dizer o que precisa ser dito a tempo e a hora. E isso eu faço porque sou totalmente independente, aliás, só dependo de Deus e dos meus Orixás. Minha vida e minha profissão sempre foram, são e serão pautadas no labor pelo bem da humanidade. VJ - A senhora se considera um símbolo ou um exemplo para o movimento negro? LDVS - Não sou nem uma coisa nem outra, apenas luto e luta- rei enquanto forças tiver, para ver, não apenas o negro, mas todos os excluídos - cadeirantes, gays, lésbicas, prostitutas, simpatizantes - atendidos por políticas públicas reais e verdadeiras. VJ - O que a motivou a escolher o Direito e a carreira da magistratura? LDVS- Creio que fui estimulada a fazer Direito e depois tornar- me magistrada por causa das palavras discriminatórias do meu professor, que tentou me fazer acreditar que eu seria uma boa cozinheira em virtude dos meus pais não terem comprado o material de desenho que ele havia indicado. Ditas palavras me chegaram aos ouvidos quando eu tinha apenas 9 anos de idade em plena sala de aula. VJ - O Judiciário brasileiro é preconceituoso? Por quê? LDVS - O Judiciário não é preconceituoso, apenas nos seus quadros existem, como em todas as esferas, profissionais preconceituosos. Vale dizer que o Judiciário brasileiro não tem o histórico de grande número de magis- trados negros integrarem os seus quadros. A situação fica mais difícil quando constatamos que durante a sua existência, pelo menos que eu saiba, nenhum Tribunal pátrio teve um presidente negro, mas já é perceptível que a situação está mudando, até porque o negro está mais unido e lutando pelos seus direitos, sem esquecer suas obrigações e seus deveres. Todavia, quero crer que muito em breve teremos mais negros não apenas ocupando espaços de execução e apoio, mas exercendo cargos de ministros de Estado, presidentes de Tribunais, governadores, prefeitos, presidente da República, senadores, executivos de empresas multinacionais, procuradores etc., até porque também somos competentes; falta-nos apenas oportunidade. Mas o Judiciário também está mudando. Aqui, ali e alhures já nos deparamos com magistrados negros (ministros, desem- bargadores, juízes) atuando nesse grandioso e indispensável poder. ......


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Parabéns à todas as mulheres, tenham elas as profissões que tiverem, estejam elas onde estiverem, valem lembrar que todas têm o seu mérito, e isto deve ser considerado! Parabéns!

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