Minha sogra seria a mulher que mais amaria, depois de minha mãe!
Sempre se ouve falar da sogra. Se bem, nem tanto, ... se mal, oras,
.. não se sabe fundamentado em quê, mas, ela não merece, ‘’a
meu ver’’ tantos comentários negativos, ou nefastos.
Sei de sogras muito bem amadas, muito queridas, solícitas, outras
muito solicitadas, prestativas.... verdadeiras ‘mães’ das esposas de
seu filhos! Contudo, na vida normal, rotineira, e para todo ser
mortal, não é bem essa história que se sabe ou se ouve dizer
à nossa volta!
Para algumas ex, elas são verdadeiras tentações demoníacas,
mal são citadas, lembradas, algumas sogras colocam os casais
em situações de polvorosas guerrilhas, palco de grandes
contradições, de disse-me-disse, querendo mesmo que seu
amado ‘filho’, agora, já, e possivelmente, pai de poucos ou
tantos filhos, (muitas vezes, que ela nem sabe) , voltem para
o seu acalentado lar-doce-lar, como se ele ainda fosse o seu
‘’bebe de colo’’, quero dizer, o que era antes o lar dele, ela
deseja que ele volte para a sua caminha, para degustar o
pãozinho quente do café da manhã, para as sopinhas em
‘casos de gripes e resfriados,... mas, que agora, ela ‘tenta que
tenta’ fazê-lo voltar para os braços dela.
Pior de tudo, .....é que ‘’alguns’’ voltam como se fossem ‘cor-
deirinhos feridos’’ pelas ex, ( no fundo, ela, a sogra e mãe,
tem consciência que o filho dela é homem com ‘H’, um verdadeiro
leão... e nada lhes passam sem uma resolução ‘’ à moda dele’’-
violência...ah...meu filho seria incapaz)... pesar... e eles voltam,
eles saíram, casaram e, nem crescerem, mas tiveram as ‘suas
crianças com as mães dessas’’.. quem sabe ele até possa crescer
com o passar do tempo e ao ver o quão rápido os filhos dele
vão crescer, e ser cidadãos de atitudes, independentemente
do crescimento e da maturidade do pai que ele teve.
Quanto a gente é mais nova, as possibilidades de ‘oferecer-
nos’’ sogras é deveras numerosa. Com passar do tempo, a
gente aceita o namorado e sem saber, a sogra está lá para nos
esperar chegar!......E com seu filho ‘a tiracolo’’....e pensa:
‘quem será’’.....?????.
Cada mulher tem a sua ‘‘sogra-fada’’ ou sogra-megera’’,
que bem merecer.....!
Eu não tenho sogra, digo; não tive, aliás, tive, mas, não cheguei
a conhecê-la! Quem poderia ter sido a minha primeira, não foi,
....decisões fora do prazo de validade!....rs
A segunda, diria que teria valido a pena conhecê-la, pois todos
da família conheciam-na, mas o meu namoro com o filho dela,
aconteceu fora do tempo dado por Deus à ela.Só ouvia elogios
a respeito dela! Decisões para casamento houveram, mas não
se concretizaram, intempéries de personalidade e frivolidades
cotidianas masculinas.
A que poderia ter sido de fato a sogra mais amada, também
não me foi apresentada, tanto lamento,....quanto lamento,....
também já não existia mais, mas, só em pensar em quem ela
tinha me deixado, já me bastava, talvez ela tenha me
deixado o seu bem mais precioso na forma de suas totais
qualidades passadas de mãe para filho, e este é e seria o
homem mais bem amado deste ‘chão’, deste mundo onde vivo!
Se, por ventura, ou por felicidade, eu a visitasse no ‘’Dia da Sogra’’,
em 28de abril, passado, ou a tivesse por perto, eu a trataria como
uma inigualável e considerável senhora, pois de uma coisa eu
teria certeza, - para que o meu amor existisse, para o meu amor
existir, fora preciso a criação e existência desta mulher, passado
este que eu perpetuaria no sentimento que teria por seu filho!
Foi ‘’ela,’’, fora ela, minha sogra quem deu vida, gerou, formou
e, que o destino, me possibilitara conhecer seu amado filho,
agora, amado meu!
Me bastava saber, ser ela a mãe do homem que eu amo, mesmo
que ela nem saiba disto, e, que eu nem possa isto agora lhe dizer,
eu já amá-la-ia!
Minha mãe teve a sogra mais fantástica e moderna do mundo!
Teve a felicidade de estar com ela na compra de peças borda-
das em cetim, rosa e branco, nas camisolas entremeadas em
rendas e bordados inglês,...uma sogra que deu de presente à
ela e ao seu filho um enxoval completo!...
E mais, deu à minha mãe, o homem que era,... e que foi meu pai!....
Hoje eu falo para minha mãe:- ‘’quer felicidade maior?????
‘’ Haveria algo mais a pedir?
A senhora queria pedir mais?...
Hoje as sogras não querem que seus filhos namorem, que nem
se casem, em função dos conceitos que circulam em torno das
desvirtudes femininas, rotuladas pelas ‘supostas e futuras
sogras’!?.......
Imagina se elas ofereceriam ou dão enxovais completos às
suas noras????!!!! ...oppss.... desculpem-me as privilegiadas, estas
até podem existir, ...exceções, ainda existem, se souber de alguma,
!!!!!... me diga....!!
Viviam os anos cinqüenta, e lá iam a minha mãe e o meu pai almo-
çarem e passar a tarde com a minha avó, ...lógico com o meu
avô também!....Havia outras noras, mas para com nenhuma
delas, conta minha mãe, havia tanto respeito, amor e tanta
confiança.
Minha avó era uma mulher atenta aos acontecimentos e atua-
lidades da época, e um dos assuntos mais preferidos dela eram
os filmes que faziam sucesso naquela temporada, naquele ano.
Os cartazes expostos na entrada do cinema na antiga rua sete
de setembro, na cidade em que viviam despertava interesse e
este era comentado nas rodas de conversas entre eles.
‘’Qual cidade não tem uma ‘rua sete’ neste mundo?????’’
E era nesta rua, ...na cidade em que moravam é que havia
um cinema!
Aquela rua era a rua da moda, ....anos cinqüenta, anos sessenta,
anos dourados, .....casacos de frios bem cuidados, meias e sapatos
de médio salto, vestidos ou saias semi-longas...
Eu, me lembro, as vezes que passava diante daquele cinema e
via pela grades da entrada, os cartazes que divulgavam os filmes
que seriam exibidos nas matinês, ou numa única sessão noturna,
destes cartazes, dois, mais famosos eram expostos na parede ao lado.
A grade, que separava a rua do ‘’hallde entrada’’ do cinema tinha
desenhos renascentista, uma cortina de veludo impedia de ver
o quanto era grande a sala de projeção, até o carrinho de pipoca
ficava ali mesmo, próximo ao balcão de pequenas e saborosas
gulozeimas.
E se dentro estava, eu achava tudo mágico, ambiente este que
me faz lembrar o filme ‘’Paradiso’’ pelas situações e semelhanças
de como se projetava o filme.
E os finais de semana dos meus pais eram estarem na casa dos
avós, ou pelos parques onde nos levavam para brincar. Meu pai
gostava de ir ao cinema com minha mãe, e foram muitas as
vezes que isto acontecia.
E se por ventura, esta ida não sucedia, minha avó era a primeira
a falar:
_ é.... eu vi, vocês não foram ao cinema ontem, né...não viram o
filme que eu recomendei!..
Era verdade,... meus pais não tinham ido ao cinema naquele sábado,
ou naquele domingo, .... e como minha avó sabia?????...se ninguém
havia comentado, nem falado nada??.....
Por que?... a casa nova dos meus pais ficava do outro lado da
‘’ rua sete’’ e se eles, não virassem a esquina para chegar até a rua,
a minha avó ficava sabendo... curiosidade..não,..! zelo, cuidado,
bom trato, conhecimento do cotidiano na vida,... ela ficava na
varanda da casa dela e de onde estava dava claramente para
vê-los que eles tinham tomado a direção de casa e não do cinema!....
Nos dias que se seguiam, minha avó, em conversas com meu pai,
repetia sempre, como se pedisse: -‘’leve sua esposa para se
divertir!
Ah!.... como queria ter uma sogra que me facilitasse a diversão
com o meu marido, ... digo... com o filho dela, este filho que era,
que é tão amado!
Lógico que os tempos mudaram, os casamentos mudaram, e a
convivência com as sogras ainda deverá ser tema de muitas
teses, nas mais diversas universidades do mundo, quando se
sabe que todo ser humano é gerador de amizades e conflitos.
Curiosidades nos fazem querer saber que coração a sogra
tem, e a expectativa nos faz descobrir a melhor forma de
ser ‘nora’.
Desejaria que minha sogra, se a tivesse, fosse igual a da minha
mãe, e ...pensando bem, já fico feliz em ter o amor do filho, que ela
tem, e teve, é como se ela, me dissesse:
- ame-o como mulher, mas com os cuidados de uma mãe!
Mares/2009