Ora 'balas'...ora 'bolos''...ora 'bolas''.....

''Guerra e Paz'' - de Picasso

De tanto ouvir substantivos tão simples no nosso cotidiano, para

identificar ou codinomear nomes masculinos, mencionados na

mídia neste últimos dias, muita gente vai sentir um certo precon-

ceito em se tratando de pratos e salgados, alimentos preferidos

com nomes de ‘’macarrão’’ ou ‘’coxinha’’????.....

Certamente haverá quem os prefira menos...

Tem-se lido, ouvido, assistido e comentado desproporcionais atroci-

dades, absurda violência contra a figura feminina, que a tolerância

para armazenar e digerir tais noticias está no nível ‘‘zero’’.

Não há dia em que se sente a frente da TV e não lhes despejem um

‘’caminhão’’ de notícias que violam e queimam a imagem sagrada e

mitológica da mulher! Muito menos o que saber, como saber,

sobre o que vai ou o que se passa na cabeça desses homens

violentos....!?...tão insensíveis, desprovidos de sentimentos

humanos, a ponto de cometer atrocidades tão ferozes, tão anima-

lescas com tamanha frieza e crueldade?

Estou bem crescidinha, mas nunca o suficiente pra admitir, aceitar

e entender o que a gente tem visto nos jornais e cadernos policiais

dentro da nossa sociedade com imensurável tolerância, aberta

à tantas mudanças no que diz respeito a liberdade de bem-viver,

de bem-amar, de bem-trabalhar, de exercer o seu bem-direito

de ir, de vir, de estar aqui e acolá integra e em paz com todos,

num pais onde reina a concórdia e a discórdia com tanta

harmonia???...Aceitamos tudo, até todas as incompetências e

discordância políticas, mas vivemos com objetivo de reivindicarmos

sempre o melhor.

‘’Brasileiro é bonzinho’... é uma frase dita há alguns anos, humoris-

ticamente, e que ainda se ouve, porém, ele não tem sido tão

‘bonzinho’ e cordial com seus relacionamentos amorosos, basta

ver o resultado das investigações que mapeiam os corredores

das delegacias.

Tenho a impressão que o homem ainda não saiu do seu estado

primitivo e a agressão que ele comete junto à uma mulher, e,

que esta, se assemelha, ao que seria, um seu provável ataque

a um leão, quando vem em si o desejo de lhe arrancar a cabeça,

os olhos, as patas, as vísceras, e submeter o agredido ao total

suplício.

A bondade, a receptividade masculina estão em falência,

e ele se mostra incapaz de sentir ciúmes, se é que ele sente, ou que

este sentimento existe no relacionamento amoroso, sem ferir a

integridade e a imagem de uma mulher.
Triste saber, que ainda resta na cartilha masculina, um código ou

um vestígio do passado, - há pouco passado - que sempre retorna,

a perversidade mal copiada, de seus tempos de caverna, e que se

evidência em homens selvagens, doentes, dementes, legados de

criaturas sem temor de Deus.

Estes pensam que serão, eternamente, capazes de fazer ‘justiça'

com suas próprias mãos, ou apenas ordená-la por uma palavra

proferida, isolados ‘hitlers’, ditadores, profetas soberbos de olhar

incrédulo de amor, diretor e ator principal de seu próprio filme de

terror, de sua história de vida macabra, promiscua, assustadora,

desistindo no final de rubricar e assumir o filme que ele mesmo

produziu!

Me vem a mente a história do primeiro caso deste tipo de violência

que tomei conhecimento, quando tinha pouco cinco anos,

ocorrido na minha cidade natal; ela, portuguesa vem ao Brasil

para ficar ao lado do marido, e o descobre com outra mulher,

ele, para tirá-la de sua vida a convida para um passeio,

no lugar em que poderia haver um significativo reencontro, fica o sinal

da tragédia rotulada naquele trecho da estrada como

‘’Cruz da Maria Cândida’’.

Segue a este, inúmeros casos sabidos e citados por meus pais e

avós, durante a minha vida de menina, tão ingenuamente

crente na ‘’sempre’’ vitória do amor!

Mulher... Mulher, a inspiração divina, cujo sentimento materno

lhe fora dado com geradora de um outro ser humano vivo na face

da terra, é agora, tomado com objeto que se corta, que se retalha,

se distribui e se joga aos cães. Imagina quanto peso a dor de

uma mãe que tem o mais leve pensamento, quase uma tortura

mental, de que este possa ser o final de vida de quem ela

gerou por meses?

Impossível acreditar que estes homens tem perdido tanto a

forma de seu caráter, designer de um projeto divino, tão bem

destinado às boas ações, perde o seu legado de vida, distancia

de sua filiação religiosa com Deus e age de forma tão inverossímil,

fazendo-nos pensar ser esta uma atitude normal, nos

parâmetros das anomalias de um ser humano racional, fazendo

crer ter ele razões para mostrar assim a sua força!!..

Incompreensível diante da sociedade, incompreensível de

qualquer julgamento lógico.
Estes atos de loucura fogem da mera visão humana e dão

a convicção de que a mulher ainda é vulnerável ao amor do

homem, e querendo demonstrá-lo, é fraca por aceitar as regras

que, por convenção masculina, autárquica e social ele estabelece,

querendo decidir insanamente quem vai viver depois de

ter tomado do seu veneno!

Homens...ainda serão vocês o segundo sexo!

Mares/ Crônicas/

julho/2010