Queria compartilhar contigo os momentos mais simples
e sem importância.
Por exemplo: sair contigo para passear, sentir-te apoiada
em meu braço, ver-te feliz ao meu lado alheia a todo
mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo para ouvir música, ir ao cinema,
tomar sorvete, sentar num restaurante diante do mar,
olhar as coisas, olhar a vida, olhar o mundo despreocu-
padamente, e conversar sobre "nós" – esse "nós" clandestino
que se divide em "tu e eu" quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse:
"Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome, e te
chamasse pelo nome e juntasse assim nossos nomes,
naturalmente, na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:
Vamos voltar pra casa...
(Como se felicidade pudesse ser uma coisa a que tivéssemos
direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores da minha vida,
porque os grandes já são teus.
Ilustração: Quadro de Edvard Munch- ''O Grito''-
exposto na ''23a Bienal Internacional de Saõ Paulo''
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