Thursday, March 06, 2008

Aquelas bolinhas!

Tinha que degustar aquelas bolinhas!


Seu sumo é uma delícia e no meio daquela gostosura
suculenta, eu poderia até perdê-las, uma vez que
elas eram escorregadias e gostavam de deslizar dentro
do espaço em que eu as estava armazenando!
Não ia deixá-las cair daquele lugar!

E assim, fui separando o interior do exterior de
todas aquelas bolinhas, colocava de um lado as suas
capinhas e devorava o seu interior, aquela capinha
protetora, era o que as impedia de estourá-las,
para que melhor pudesse saborear a delicadeza de
sua polpa!

Hummm... fui indo, algumas viagens até à boca,
salivando, era só vê-las e as minhas bolsas salivares, se desmanchavam em imensas gotas.
Eram tantas bolinhas miúdas que eu de início eu me
preocupei em contá-las, até que em um determinado
momento, eu já não conseguia mais contá-las, tinha
perdido a seqüência numérica delas....pedia mais,
... quero mais, e ...fiquei a querer mais!

Por que aquelas bolinhas mesmos tão pequeninas eram
tão saborosas???....
- Quero só bolinhas,.....
era o que eu falava, e como se estivesse num grande
laboratório, continuava, a minha pesquisa, alimentícia,...
de um lado a sua capinha e do outro a sua polpa, como se desintegrassem-nas e pudesse descobrir todas as
propriedades vitamínicas e proteícas daquela imensa
montanha que já se tinha formado naquele espaço.

Pensava com loucura no momento em que as levaria à boca,
em que pudesse comprazer-me de toda aquela delicadeza!

Como que insistisse em formar pequenos ou grande
montanhas dentro daquele espaço, tudo aquilo já
havia se transformado num reservatório especial de
delícias.
O passeio que elas faziam até serem devoradas era
pequeno, mas o apetite com que as devorava-as era
assustador.... boca...saliva...prazer, de engolir
tudo num minúsculo espaço de tempo, todas elas sem
pele!....
Peladinhas,... eram assim que elas chegavam à minha
boca, para serem degustadas!

Fui degustando uma a uma, casquinha e polpa não se
misturavam mais, e os meus dedos pegavam-nas,
vagarosamente, sem que desfizessem-nas........na
intensa maciez em que se compunha.
Bastava só um leve aperto de dedos e elas deixam de
ser inteiras.

- Menina, não faça isso, não as peque com as mãos!!!....
Nunca quis que ninguém me visse comendo as minhas
bolinhas, pois elas eram muito especiais!...
Devagarinho, para que elas chegassem inteiras à boca,
envolvia-as em uma outra montanha branquinha, e este
era o mais precioso instante daquela minha refeição.
- Irresistível!
Eu as enfiava garganta abaixo e o meu paladar resplandecia
com aquele néctar, saindo de todas as minha bolinhas tão
magicamente separadas e com um sabor indescritível
e inegualável.

Já, cansada de tanta formalidade, peguei as bolinhas,
uma a uma, com os dois dedos, mais funcionais que
temos, o polegar e o indicador, e como num beijo
sorvia aquele sumo para dentro da minha boca.

- Gente grande gosta disto?
- E as outras crianças?
Daquele instante, então já não me segurava, queria
mais era acabar com elas de uma vez só!
Não seria necessário perguntar para mim se eu gostava
daquelas bolinhas verdes , bastava ver os meus olhos!

- Ah! Se gosto.... eu adoro estas bolinhas no meu
prato, ainda mais se posso comê-las misturadas em
uma outra montanha,..... imagina todas aquelas
minhas bolinhas verdes, no meio de uma montanha
de arroz branquinho e ovos picadinhos ....
como este...hum...

Era esta a viagem que as ervilhas faziam diante
dos meus olhos aguçados... eu as levava com prazer
à boca, cujo veículo era o meu garfo, e como auxiliar,
os dois dedos mais fantásticos que ganhei, de Deus,
pois o que eu queria mesmo era deixar o meu prato
de porcelana, vazio de todas elas e dizer:

- Que delícia de bolinhas!...

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